Eduardo Porciuncola Gerente Geral da Verdera, Unidade de Gestão de Resíduos e Coprocessamento da Votorantim Cimentos
O dia 15 de outubro foi instituído no Brasil como o Dia do Consumo Consciente pelo Ministério do Meio Ambiente. Não só nesta data, mas todos os dias, há perguntas importantes que devemos fazer quando refletimos sobre essa temática.
Analisando toda a cadeia de produção e de consumo, começando pelo ato da compra, para além da redução de utilização de sacolas plásticas, um hábito já bastante difundido, devemos olhar também para as embalagens dos próprios produtos.
Além de observar a possibilidade de reciclagem, precisamos analisar também a quantidade de material desnecessário que compramos junto, como isopor e plástico. E então, como está o seu consumo?
Nestes meses de pandemia do Covid-19 e com as medidas de restrição para conter a disseminação do coronavírus, a comida por delivery e as compras de supermercado pela internet foram as categorias com maior crescimento no número de consumidores no comércio eletrônico, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online também aumentaram e atingiram R$ 35,2 bilhões no 1º trimestre de 2021, o que representa um crescimento de 72,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. O que isso significa? Que recebemos ainda mais embalagens em nossas casas.
E de quem estou consumindo? Com essa terceira pergunta podemos buscar informações sobre o comprometimento das empresas com a Economia Circular, com projetos para redução de resíduos em todo o processo de produção e na sua destinação final.
As empresas são atores essenciais na cadeia do consumo consciente e podem contribuir muito para soluções inteligentes e sustentáveis. E como faço minha parte? A primeira ação que pensamos é na reciclagem. Mas é necessário ter em mente que é possível ir além na separação do seu resíduo.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS), cerca de 40% dos municípios brasileiros possuem algum tipo de coleta seletiva. É claro que ações e políticas públicas são essenciais, mas é necessário também que cada um se comprometa com sua própria redução de lixo e busque alternativas ambientalmente corretas para o descarte.
Como, por exemplo, separar o lixo comum, o reciclável – papel, plástico, vidro e metal – e buscar alternativas para o lixo orgânico como a compostagem. E no final da cadeia, você sabia que ainda é possível dar uma destinação útil ao lixo que não pode ser reciclado e que iria para os aterros sanitários?
Na Verdera, unidade de Gestão de Resíduos e Coprocessamento da Votorantim Cimentos, utilizamos diversos tipos de resíduos para produção de energia nas fábricas. Nos últimos dois anos atingimos a marca de 2,1 milhões de toneladas de resíduos destinados corretamente no Brasil.
São resíduos que não são orgânicos e nem recicláveis, como a caixa de pizza suja, o caroço de açaí, que muitas vezes era abandonado no meio ambiente, ou resíduos químicos de outras fábricas que precisam de uma destinação correta.
Com o reaproveitamento energético de resíduos fechamos a cadeia da Economia Circular, beneficiando não apenas a indústria, mas também o meio ambiente e toda a cadeia envolvida como os pequenos empreendedores, as comunidades locais e a sociedade.
Vamos juntos descobrir novas possibilidades e criar novas realidades? Esse é a última e principal pergunta para você. Observe os seus hábitos e as atividades de todos os atores da cadeia produtiva, com conhecimento e responsabilidade, conseguiremos evoluir para um verdadeiro consumo não apenas consciente, mas também inteligente.