A horta da EcoTaubaté, empresa responsável pela coleta de resíduos na cidade, cresceu e se multiplicou — não apenas na produção de alimentos 100% naturais, mas também em seu alcance social. Implantada em 2019, em um espaço menor, que produzia cerca de 200 unidades de hortaliças e temperos diversos, a horta agora ocupa uma área de 1.600m², com capacidade para produzir até 4.000 unidades de verduras e legumes. Os alimentos – cultivados com o auxílio do composto orgânico produzido na Usina de Compostagem da EcoTaubaté — são entregues ao programa Mesa Taubaté, uma iniciativa da prefeitura que distribui 20 mil pratos de sopa por mês para pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Tanto para cumprir as leis quanto por exigência da sociedade, que cobra responsabilidade ambiental das empresas, o modelo tratamento de resíduos vem evoluindo bastante. Estamos sempre buscando ferramentas, processos e tecnologias para tratar o resíduo e tudo que é gerado por ele. A horta é uma dessas iniciativas”, afirma Paulo Studart, diretor de operações de Marquise Ambiental, empresa que administra a EcoTaubaté em parceria com a FortNort.
A expansão da horta é a comprovação do sucesso do projeto-piloto implantado pela EcoTaubaté. O processo de produção do composto orgânico começa com a coleta dos resíduos de frutas, legumes e verduras nas feiras livres e no mercado municipal de Taubaté. Esse material é levado para a usina de compostagem, onde, com o uso da tecnologia de aeração forçada, transforma-se em composto orgânico. A aeração forçada acelera o processo de decomposição natural. Em vez de um prazo entre cinco e seis meses, o adubo fica pronto para ser aplicado em, no máximo, 60 dias.
O composto orgânico é usado também pela prefeitura para o plantio em praças, parques e jardins públicos da cidade. A horta abre um novo campo para incrementar o reaproveitamento dos resíduos sólidos e contribui para o compromisso da EcoTaubaté de reduzir a massa de lixo descartada no município.
A nova horta começou a ser preparada em outubro de 2021, em uma área adjacente ao antigo aterro sanitário de Taubaté, desativado desde 2009. Para evitar qualquer tipo de contaminação, a EcoTaubaté realizou testes de segurança sanitária, que comprovaram a qualidade do solo para a plantio.
Na fase seguinte, surgiram os 40 canteiros, de 15 metros de extensão cada. A área coberta ocupa 1.200 m², do total de 1.600 m². Tudo foi pensado para que a produção seja, além de orgânica, sustentável. Um bom exemplo é a irrigação, no sistema de gotejamento, que evita o desperdício de água.
“Na prática, o resíduo que seria enterrado é reaproveitado e passa a gerar insumos para a cadeia produtiva da cidade. O produto da horta tem uma destinação social, em um modelo que pode ser replicado por meio de parcerias com prefeituras”, afirma o superintendente da EcoTaubaté, Germano Arraes.
A produção totalmente sustentável inclui outra prática inovadora, a EcoTaubaté organizou o cultivo de modo que, todos os meses, haverá a colheita de tipos variados de hortaliças e raízes tuberosas. O “cardápio” inclui de beterraba e cenoura até couve-flor, brocólis, espinafre, salsa e cebolinha. Com isso, o projeto da empresa pode passar a atender ao programa Mesa Taubaté.
“Para nós, o grande reconhecimento é o impacto na vida das pessoas. É saber que, projetos como esse, podem contribuir para uma sociedade mais sustentável e ambientalmente correta”, diz o diretor administrativo da EcoTaubaté, Caio Marco de Stefano.