No espectro dos serviços indispensáveis à sociedade, o funcionamento ininterrupto dos hospitais ocupa posição fundamental. São organizações que operam constantemente, onde cada minuto pode determinar o desfecho entre vida e morte. Para além dos desafios clínicos intrínsecos, estas instituições enfrentam adversidades como interrupções energéticas, calamidades naturais e ameaças cibernéticas. A pandemia de Covid-19 evidenciou, como nunca antes, a necessidade premente de infraestruturas hospitalares robustas e adaptáveis.
O relatório mais recente do The Energy Progress Report revela que, embora o acesso à eletricidade tenha se expandido globalmente — com redução de 1,2 bilhão para 789 milhões de pessoas sem energia entre 2010 e 2018 — muitas instalações de saúde pública ainda operam sob severas limitações. Em seis nações analisadas, 25% das unidades de saúde carecem completamente de acesso à eletricidade, enquanto apenas 28% dispõem de fornecimento energético confiável.
Esta precariedade constitui a principal causa de falhas em equipamentos médicos essenciais. Um hospital de médio porte pode registrar prejuízos aproximados de US$ 1 milhão durante uma interrupção de oito horas, comprometendo o atendimento a centenas de pacientes. Oscilações de tensão, distorções harmônicas e outras anomalias imperceptíveis na qualidade energética têm o potencial de interromper procedimentos cirúrgicos, colocar pacientes em risco e abreviar a vida útil de equipamentos sensíveis. Alternativas como microrredes, softwares de gerenciamento energético e manutenção preditiva permitem que instituições de saúde adotem abordagens preventivas diante destes riscos.
Soluções baseadas em Internet das Coisas (IoT)
A digitalização dos espaços de saúde se mostrou essencial para atender expectativas no ambiente hospitalar, seja de pacientes ou dos profissionais. Soluções baseadas em Internet das Coisas (IoT) permitem controle mais preciso da operação, com ganhos em eficiência, sustentabilidade e qualidade do atendimento.
“Sistemas flexíveis possibilitam transformações mais rápidas dos ambientes, ampliação de UTIs e integração de novos dispositivos. Mais do que diferencial, soluções como essas se tornaram uma exigência para o segmento”, explica Patrícia Cavalcanti, vice-presidente de Digital Energy e Power Products da Schneider Electric para a América do Sul. Nesse caminho, a companhia oferece ao mercado soluções que ampliam a resiliência e o controle das operações hospitalares por meio de tecnologias conectadas e análise de dados em tempo real.
Plataformas como o EcoStruxure for Healthcare, da Schneider Electric, vão além do monitoramento da infraestrutura elétrica: elas integram o controle de diversos sistemas essenciais, como HVAC, no-breaks, geradores, caixas d’água, iluminação e outros utilitários. Essa gestão abrangente da infraestrutura hospitalar é o que garante maior eficiência operacional. A solução é apoiada por um modelo completo de segurança digital, que inclui consultoria, implantação, capacitação e manutenção, protegendo tanto os dados sensíveis quanto a continuidade da operação.
Além de garantir a continuidade dos serviços, a tecnologia também se torna aliada na redução de custos. “A aplicação de soluções baseadas em IoT tem impacto direto na economia de energia e na otimização das equipes de manutenção”, destaca Patrícia. Essa transformação acompanha as novas expectativas dos usuários. Cerca 65% dos pacientes desejam experiências mais práticas e 70% cobram respostas mais rápidas, segundo a American Academy of Physician Associates. No mesmo estudo, dois terços dos profissionais de saúde revelaram insatisfação com as condições de trabalho, considerando abandonar seus postos.
Diante de exigências crescentes e riscos complexos, modernizar a infraestrutura hospitalar deixou de ser uma opção e passou a ser condição para garantir segurança, agilidade e qualidade no atendimento. Combinando tecnologia, inteligência operacional e foco na experiência humana, instituições de saúde podem não apenas reagir a emergências, mas se antecipar a elas — protegendo vidas, otimizando recursos e se preparando para os desafios que ainda virão.