O Brasil enfrenta um desafio enorme com a reciclagem, uma vez que a taxa ainda é inferior a 4%, o que significa que a vasta maioria desse plástico se acumulará em aterros sanitários ou polui os nossos rios e oceanos. E a imagem de uma garrafa plástica em um palco que debate o futuro sustentável não apenas expõe essa falha, mas também serve como um lembrete os produtores de eventos ainda vivem a cultura do “usou e jogou fora”.
É muito importante lembrar que um dos pilares do ESG é o “A” de Ambiental, que abrange a gestão de resíduos, a redução da poluição e a proteção dos recursos naturais. E por isso, a presença de garrafa plástica descartável, em um evento tão grande e influente como o Rio Innovation Week vai diretamente contra esses princípios.
Sobre quando uma imagem vale mais do que dez mil palavras
Além do impacto visível na poluição, o problema é ainda mais insidioso. O plástico se decompõe em microplásticos, que já foram encontrados em praticamente todos os cantos do planeta, inclusive no corpo humano. Oferecer água em garrafas plásticas não é apenas uma questão de lixo; é uma questão de saúde pública e de um ecossistema comprometido.
Eventos como o Rio Innovation Week têm uma oportunidade e uma responsabilidade gigantesca de liderar pelo exemplo. Em vez de garrafas plásticas, poderiam ter optado por soluções inovadoras e sustentáveis, como:
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Bebedouros em pontos estratégicos, com estações de reabastecimento.
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Copos reutilizáveis ou feitos de materiais compostáveis.
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Água em embalagens de vidro ou alumínio, que possuem taxas de reciclagem muito mais altas no Brasil.
Em um ambiente que celebra a inovação, é muito vergonhoso ver a falta de criatividade para resolver um problema tão básico e urgente. A mensagem que um evento transmite não está apenas no que é dito no palco, mas também em como ele age nos bastidores e na sua infraestrutura. Se a inovação é a chave para o futuro, a sustentabilidade não deveria ser o alicerce?