A ideia de alugar peças não é novidade no mercado de vestuário para festas, porém tem crescido mais nos últimos anos. Especialistas preveem que em dez anos o segmento de aluguel de roupas ultrapassará o fast fashion. Segundo dados da Global Data Retail, em 2021 esse mercado faturou 1 bilhão de dólares, e em 2023 esse número deve ultrapassar os 2,5 bilhões. Já o estudo da Future Market Insights (FMI) projeta um crescimento de 11% nos próximos 10 anos.
Além da economia, a consciência ambiental é um motor dessa mudança. A indústria da moda é responsável por 10% das emissões globais de carbono, segundo a ONU, e o aluguel reduz o desperdício ao ampliar o ciclo de vida das peças. Um smoking alugado pode ser usado por até 30 pessoas antes de ser descartado, enquanto o comprado muitas vezes acaba esquecido no armário.
De acordo com Pedro Bagatini Guerra, diretor fundador da Lord’s Trajes, o aluguel de roupa além de oferecer a possibilidade de um consumo de moda mais sustentável, também é capaz de atender consumidores que não querem ou não podem gastar em peças de alto valor. “Na Lord’s, por exemplo, o valor do aluguel dos trajes completos varia de R$ 390,00 a R$ 890,00. A economia para os clientes chega a ser de até quatro vezes, na comparação com o preço de roupa nova em loja”, compara.
O futuro do guarda-roupa masculino
Enquanto o fast fashion enfrenta críticas por exploração laboral e poluição, o aluguel se consolida como uma ponte entre moda e responsabilidade. Até 2033, ter um guarda-roupa enxuto, com peças alugadas para ocasiões especiais, será tão comum quanto usar streaming hoje. Para o consumidor, a equação é clara: menos custos, menos impacto e mais espaço para experimentar estilos sem culpa.
Entretanto, apesar do potencial, o setor enfrenta obstáculos, pois ainda há resistência cultural, especialmente entre homens mais tradicionais, que associam aluguel a algo provisório ou pouco autêntico. Para atrair esse público, empresas investem em marketing que associa o serviço a conceitos como conveniência e sofisticação inteligente.
Dentro desse cenário, as assinaturas mensais e o aluguel sob demanda dominam o mercado. As empresas deverão oferecer desde ternos clássicos até conjuntos despojados, com opções de personalização e entrega em domicílio. Os pacotes devem incluir acessórios como gravatas, sapatos e até perfumes.