Tendência ao redor do mundo, as discussões envolvendo o meio ambiente estão ganhando força no mercado de bebidas alcoólicas. É o que aponta a pesquisa da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), instituição que reúne todas as categorias do segmento.
Segundo o levantamento, 57% das empresas do setor citado apresentam iniciativas ou práticas relativas às políticas de meio ambiente e sustentabilidade. Já 69% do total trabalham com a redução de resíduos sólidos.
Atualmente, ações mais simples, como evitar o uso de copos plásticos, ainda existem e são benéficas. Porém, para além destas, as empresas estão ampliando as iniciativas de forma a diminuir ainda mais o impacto em suas cadeias de produção. Para além do produto final, também há a preocupação durante o início do ciclo de fabricação.
Na produção de cervejas, por exemplo, as ações precisam ser planejadas desde a cevada. E para os vinhos, as ações socioambientais são executadas desde os vinhedos, que dão origem às uvas. E a marca também oferece opções de vinhos veganos.
Leandro Santini, tecnólogo em viticultura e enologia, afirma que a responsabilidade socioambiental começa durante a plantação. Segundo o especialista, muitos produtores optam pela retirada da cobertura vegetal, ou seja, a camada verde do solo por questões estéticas ou pela facilidade de manuseio do solo ‘pelado’. Entretanto, “ao realizar a prática, a terra pode sofrer processos de erosão e lixiviação, o que a deixa mais exposta e propensa a perda de nutrientes”, disse.
A vinícola Casa Perini, localizada no Vale Trentino, em Farroupilha (RS), se preocupa com todo processo produtivo de seus vinhos. Além de manter a cobertura vegetal do solo e priorizar o plantio natural, a vinícola não utiliza derivados de animal em seu processo – o que garante o selo vegano em seus rótulos.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa e Análises (IFec RJ) apontou que 55,8% dos entrevistados preferem produtos e serviços de empresas que adotam práticas socioambientais.
Outra iniciativa é a eliminação da cápsula decorativa que se sobrepõe à rolha na parte superior da garrafa; ambas servem para vedação da bebida. A Casa Perini adotou somente a rolha para diminuir a quantidade de resíduo gerado. “
Os produtos também contam com uma linha de estética mais clean e descolada para o espumante Aquarela e para os vinhos Drella e Serinna, a eliminação da cápsula metálica ou de alupoli (composto de alumínio e polímero) reduz o impacto ambiental. Desde que começaram o projeto, já deixaram de utilizar mais de 4 milhões de cápsulas no total, explica Franco Perini, CEO da vinícola.