Três papagaios-do-peito-roxo que viviam no Parque Ecológico Klabin (PEK), em Telêmaco Borba, foram soltos na última sexta-feira (21). A reintrodução dos animais à natureza é uma estratégia para mitigar o risco de extinção da espécie, que atualmente está classificada como “perigo de extinção”, devido à ação humana. A iniciativa integra os KODS (Objetivos Klabin para o Desenvolvimento Sustentável), que estabelecem os compromissos da Companhia para o curto, médio e longo prazo, alinhados à Agenda 2030 das Nações Unidas.
O coordenador do PEK, Paulo Henrique Schmidlin, explica que os papagaios foram preparados por mais de um ano para esse momento de soltura. “São duas fêmeas e um macho que foram recebidos aqui no Parque entre março de 2023 e janeiro de 2024. Desde então, estamos trabalhando no processo de reinserção dos animais à natureza, ensinando-os a encontrar alimento, buscar abrigo e se proteger de predadores. Entendemos que agora é o momento certo para promover a soltura”, ressalta Schmidlin.
O Parque Ecológico Klabin opta pelo Método de Soltura Branda, em que os animais têm liberdade para sair do recinto sem intervenções humanas. “Tivemos uma boa experiência com as Maritacas adotando esse processo, que é mais humanizado e natural. O recinto, inclusive, é projetado e usado apenas para essas solturas e continua aberto, para que as aves possam retornar especialmente à noite, para dormir. Aos poucos elas se acostumam com a natureza e o retorno vai espaçando cada vez mais”, explica Schmidlin.
De acordo com o coordenador do Parque, após as solturas, os papagaios serão monitorados de três maneiras, usando: a anilha, para identificar o indivíduo; o transponder, transmissor de rádio que auxilia a localizar o animal na natureza através de ondas de rádio; e uma coleira, com antena, que emite sinais para monitorá-los via satélite. Todos os equipamentos são projetados para não interferir na rotina do animal na natureza.
O Parque Ecológico Klabin recebe mensalmente diversos animais silvestres que necessitam de tratamentos e cuidados gerais. Os papagaios, por exemplo, são oriundos de apreensões devido a maus tratos.
RISCO DE EXTINÇÃO DO PAPAGAIO-DO-PEITO-ROXO
Atualmente, existem quatro níveis de risco de extinção dos animais na natureza: o primeiro é o “vulnerável”, o segundo é “perigo de extinção”, o terceiro é “criticamente ameaçado” e, finalmente, o quarto é quando a espécie está extinta da natureza.
“No caso do estágio vulnerável, conseguimos mitigar o risco resolvendo os impactos ambientais da ação humana que levaram à essa classificação. Mas a partir do segundo nível, isso já não é mais suficiente, sendo necessário intervenção humana, como introdução de ninhos e soltura de indivíduos, que é o que estamos fazendo com os nossos papagaios. Por isso, acompanhar a evolução dessa população é fundamental para ajudar essa espécie a se reestabelecer na natureza”, reforça o coordenador do Parque Ecológico Klabin.