Por mais que isso não seja uma coisa muito legal de se admitir, a Lei nº 4888/1965 define que somente produtos e acessórios, fabricados com pele de animais (boi, vaca, jacaré, cobra, e etc), podem ser classificados como couro.
Logo, couro é couro! E para ser couro, algum animal precisou morrer para isso. Agora a diferença entre couro e couro natural, acontece durante a fabricação da peça. Uma jaqueta de couro natural é produzida apenas com a pele do animal e alguns aditivos químicos, que impedem o apodrecimento do material.
Entretanto, esses componentes químicos, como por exemplo, o cromo e outros metais pesados, torna a peça peça adquirida ainda menos ecologicamente correta ou sustentável. Já o couro ecológico, também é produzido com a pele do animal, a diferença é que no processo de fabricação, são utilizados produtos biodegradáveis.
Mas e o couro sintético?
Como disse anteriormente: couro é couro, uma palavra que já virou até termo técnico. Por isso, ”couro sintético”, não existe. O que de fato existe é o tecido sintético. A composição deste material, pode levar até 10% de pele animal em sua fabricação.
Os tecidos sintéticos podem fabricados com diversos ingredientes, sendo o poliuretano (PU) o mais popular. Isso por que, ele consegue imitar melhor as características do couro natural.
Diferente do couro natural ou couro ecológico, o tempo de vida da peça pode ser bem inferior. E por ser uma material produzido, não podemos negar que a textura da peça também será bem diferente.
Então, quem usa couro não é sustentável?
Assim… somos livres para fazermos o que quisermos, não é mesmo? Mas, tecnicamente, quem usa couro natural (ou legítimo) ou couro ecológico, precisa rever os seus conceitos sobre sustentabilidade. O couro natural mata animais e ainda usa produtos químicos nocivos a natura. Já o couro ecológico, utiliza ingredientes biodegradáveis, mais ainda assim, mata animais. Já o tecido sintético é proveniente do petróleo, o que também não é nada sustentável.
A boa notícia é que com a ajuda da tecnologia, a industria têxtil, já estão trabalhando em maneiras de diminuir o impacto ambiental em consequência da produção do couro.
A marca Samara , já produz acessórios como bolsas e carteiras, utilizando insumos de casca de maça. O resultado final é algo muito parecido com o couro, tanto de aparência quanto de textura. A diferença é que a marca, além dar um novo destino a um resíduo natural, ainda evitou o abate de animais.
Outras duas marcas que estão no mesmo caminho, é a Desserto Pelle, dos mexicanos, Adrián López Valverde e Marte Cázarez. Juntos eles criaram um tecido, também muito parecido com o couro, feito de cactus.
Já a marca Wineleather, criada pelo designer italiano, Gianpiero Tessitore, é o primeiro produto da empresa VEGEA Company, que desenvolve tecido semelhante ao couro, mas produzida a partir da casca de uva.
No Brasil, temos a marca Abicatori, que produz bolsa e acessórios no sistema slow prodution, valorizando a moda upcycle.
Como vocês podem ver, opções não faltam. Cabe a você decidir o que faz mais sentido para a sua vida. Pense nisso e compartilhe a sua opinião nos comentários.
No meu entender a priori, ninguém mata animais para fazer sapato bolsas ou cintos! Esse material, (couro) é produto da eliminação de um animal que nos sustenta, a saber: gado bovino, ovino e caprino. Nos EUA com a infestação de pítons (cobra) usa-se o couro para essa finalidade assim como o jacaré e crocodilo, que também fazem parte do cardápio do homem! Isso também é sustentabilidade dos recursos, mesmo porque existem inúmeras fazendas criando esses animais exóticos com finalidade mista!
Era o que eu iria dizer! Excelente!
O uso do couro acaba indo mais para o lado da sustentabilidade, reuso e aproveitamento de insumos do que predação.
UAU! Que post bacana!
Nós falamos sobre curiosidades sobre o couro ecológico no nosso site. Depois, dê uma passada lá e nos diga se gostou 🙂
http://elcosturas.com.br/courosidades-o-que-e-o-couro-ecologico/