Responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão e cardiopatias, o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente em produtos de tabaco. Isso inclui não apenas o cigarro tradicional, mas também as versões mais recentes, como cigarros eletrônicos, vapes e pods, além do tabagismo passivo, que afeta pessoas expostas à fumaça de quem fuma.
O tabaco é um fator de risco significativo para várias doenças, incluindo:
- câncer de pulmão
- complicações cardíacas
- derrames
- problemas respiratórios crônicos
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo causa cerca de 156 mil mortes anuais no Brasil, o que representa aproximadamente 18% do total de mortes por doenças crônicas não transmissíveis. Com o objetivo de acolher pessoas que desejam parar de fumar, todas as unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) do Santa Marcelina Saúde oferecem o Programa de Cessação do Tabagismo em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. No primeiro trimestre de 2025, já foram realizados 214 grupos, e o programa está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
De acordo com o Dr. Martim Medeiros Junior, médico da família do Santa Marcelina Saúde, ao todo, são três meses de tratamento e um ano de acompanhamento, que consiste em avaliação clínica e reuniões em grupo onde o paciente, por meio da auto-observação, entende porque fuma e como esse hábito afeta sua saúde. Além de receber informações sobre os riscos de fumar, os benefícios de interromper essa prática e a definição da melhor forma de parada. O tratamento fornece:
- orientações para que o fumante possa lidar com a síndrome de abstinência, com a dependência psicológica e os condicionamentos associados ao hábito de fumar, utilizando técnicas de relaxamento e autocontrole para resistir à tentação e prevenir recaídas.
- apoio medicamentoso, quando necessário
“Durante a consulta médica e com a equipe de enfermagem, é aplicado um protocolo para cessação do tabagismo, e o atendimento é realizado na própria UBS. Em casos de alta complexidade, o paciente é direcionado para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Assim que o paciente manifesta o desejo de parar de fumar, oferecemos suporte farmacológico gratuito e acompanhamento em psicoterapia nos grupos de apoio”, esclarece Dr. Martim.
Tabagismo em números
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública global, causando a morte de mais de 8 milhões de pessoas anualmente. Dessas mortes, cerca de 1,3 milhão é de fumantes passivos. A indústria do tabaco é responsável por 12% dos óbitos no mundo e está relacionada a mais de 60 tipos de doenças.
Embora o Brasil tenha reduzido de 35% para 9,3% a proporção de fumantes na população, nos últimos 30 anos, graças às campanhas de conscientização e às políticas públicas, o tabagismo continua sendo uma das principais causas de morte evitável no país.
Benefícios da cessação do tabagismo
Parar de fumar reduz significativamente o risco de doenças graves. Em apenas um ano após a cessação, o risco de doenças cardíacas cai pela metade. Após cinco anos, o risco de câncer de pulmão é reduzido pela metade em comparação com os fumantes contínuos. “Além dos benefícios para a saúde, deixar de fumar também pode melhorar a qualidade de vida, aumentar a capacidade respiratória e reduzir os custos financeiros associados ao consumo de tabaco”, esclarece Dr. Martim.
Efeitos na saúde:
Fumar enfraquece o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível à infecções e doenças. O uso do tabaco está relacionado com o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, incluindo o câncer de laringe, cavidade oral, estômago, cólon e reto, traqueia, brônquios e do pulmão.
Os fumantes têm maior probabilidade de contrair gripes, resfriados e outras infecções respiratórias. “O tabagismo acelera o envelhecimento da pele devido à redução do fluxo sanguíneo e ao dano ao colágeno, além de aumentar o risco de doença arterial coronariana, que pode levar ao infarto do miocárdio e acelerar o desenvolvimento de placas de ateroma nas artérias”, finaliza Dr. Martim.