Alinhada com as necessidades globais de sustentabilidade, nova fábrica contempla primeira gaseificação de biomassa em fábricas de celulose da América do Sul
A eliminação progressiva do uso sem restrições do carvão e dos subsídios ineficientes para os combustíveis fósseis foi um dos temas de destaque da COP 26, uma vez que esse foi o primeiro acordo climático da Conferência das Partes a fazer qualquer menção ao papel do carvão, petróleo e gás, os maiores contribuintes para a crise climática de origem humana. Apesar de algumas lacunas, a abordagem ao tema não deixou de ser uma inovação histórica, já que os combustíveis fósseis nunca tinham sido mencionados em um texto final da COP em mais de 25 anos de negociações.
Consciente de que a eliminação do uso de combustíveis fosseis é mais do que uma tendência ou apelo pela sustentabilidade, é um fator primordial para evitar que a crise climática se agrave e se aproxime de um cenário catastrófico, a Bracell, uma das maiores produtoras de celulose solúvel e celulose especial do mundo, traz em sua fábrica de nova geração (Projeto Star) em Lençóis Paulista, São Paulo, os mais avançados conceitos de controle ambiental e sustentabilidade e entre eles o total reaproveitamento da biomassa gerada na planta.
“Sabemos do nosso importante papel como indústria para contribuir com o desenvolvimento sustentável e, por isso, construímos a nova fábrica com a mais alta tecnologia para que já possa atuar livre de combustíveis fósseis. A partir da biomassa proveniente de floretas plantadas, produzimos o gás de síntese, ou Syngás, em nossos gaseificadores de biomassa para operar os fornos de cal. Dessa maneira, substituímos o uso de um combustível fóssil por um renovável, refletindo na nossa ambição de ser não apenas uma das maiores operações na produção de celulose solúvel, mas também uma referência nas questões de sustentabilidade. A maior e mais verde bioindústria de celulose do mundo” diz Pedro Stefanini, Diretor da Bracell São Paulo.
Além do uso de biomassa 100% renovável como matéria-prima para produção do biogás, a nova planta da Bracell emprega os mais avançados conceitos de controle ambiental e sustentabilidade, com foco na redução do desperdício e no baixo consumo de água. “A caldeira da fábrica tem seis precipitadores eletrostáticos para controlar a emissão de poeira – os precipitadores retêm os particulados do efluente gasoso da caldeira, reduzindo a quantidade lançada na atmosfera.
A captação de água da nova fábrica é feita no Rio Tietê, que fica a 22 km, assim como a descarga de efluentes. Portanto, foi construída uma adutora para transportar a água do rio até a Estação de Tratamento de Água (ETA). A água captada será tratada até que esteja em condições de ser utilizada no processo. Após o uso, essa água vai para o sistema de tratamento de efluentes, que tem três etapas: a primeira remove as fibras, a segunda trata a matéria orgânica e a terceira reduz nutrientes e cor. O tratamento terciário é um diferencial da Bracell, primeira empresa de São Paulo a adotar mais uma fase no tratamento dos efluentes antes de devolvê-los para o rio.
Outra preocupação da empresa diz respeito à geração e distribuição de energia elétrica limpa para as operações da planta. “Como o processo de produção de celulose gera sub-produtos que podem ser reaproveitados, tomamos a decisão de investir em tecnologia nos nossos ciclos de processos e construir uma nova subestação de energia como um recurso autossustentável a longo prazo. A SE 440kV tem capacidade instalada de transformação de 420MVA, suficientes para suprir as demandas da fábrica e permitir colocar no GRID nacional um excedente de energia na ordem de 180 a 200 MW, energia verde e de qualidade, capaz de atender 750 mil residências ou cerca de três milhões de pessoas” diz Stefanini.