Lançado em agosto de 2021, o documentário relata com detalhes o drama das vítimas e o silêncio das autoridades responsáveis pelas rachaduras e afundamentos no solo, que atingiram ao menos quatro bairros de Maceió. A catástrofe resultou em mais de 15 mil residências destruídas em 250 hectares e mais de 65 mil moradores expulsos.
A tragédia foi observada após um tremor de terra ocorrido em fevereiro de 2018 no bairro do Pinheiro, onde surgiram as primeiras rachaduras. Contudo, após um ano, outros bairros apresentaram o mesmo problema, como o Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Ao estudar as razões do problema, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) identificou que a extração de sal-gema, feita durante quatro décadas pela Braskem, sem a fiscalização das autoridades públicas, foi a causa do desastre.
Toda essa destruição ocasionada pela ganância da Braskem está registrada sob a visão do cineasta Carlos Pronzato. Confira a seguir o documentário na íntegra.
Cineasta ativista
Argentino, nascido no final da década de 50, Carlos Pronzato, escritor, cineasta, teatrólogo e ativista, é residente no Brasil há mais de 30 anos. Pronzato, iniciou sua carreira de cineasta em 99 e, desde lá, possui uma longa lista de filmes e documentários que exploram, dentre outros, situações e dramas brasileiros.
Ao longo de sua trajetória, o cineasta coleciona diversos prêmios sobre temas distintos, como do Conselho Latino-Americano de Ciências sociais, em 2008; O “Roberto Rossellini”, em 2008 na Itália; e “Liberdade de Imprensa”, pelo Jornal Tribuna da Imprensa Sindical, em 2017, no Rio de Janeiro.
O Sintietfal apoiou a construção não somente desta obra, mas também de outros projetos de Pronzato, como “Piñera: La guerra contra Chile”, sobre os protestos que ocorreram em 2019 contra as políticas neoliberais do presidente Sebastián Piñera, e “Padre Júlio Lancelotti, fé e rebeldia”, que mostra o trabalho desenvolvido pelo padre junto às pessoas em situação de vulnerabilidade social.