Em algum momento da sua vida – e é bem provável que tenha sido de 2012 para cá – você teve contato com alguém que parou de comer carne. E isso não é coincidência, porque muitas pessoas passaram a aderir uma alimentação que exclui produtos de origem animal.
Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) mostra que 14% da população brasileira já se declara vegetariana, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas não comem qualquer tipo de carne.
A decisão de se tornar vegetariano parte, basicamente, de três princípios básicos. E quem explica muito bem isso é o Dr. Eric Slywitch, médico especialista em nutrologia, nutrição clínica, enteral e parenteral, e mestre em nutrição pela Unifesp.
Primeiro por motivos éticos, quando uma pessoa considera que animais têm o mesmo direito à vida e à proteção contra o sofrimento do que as pessoas; segundo por motivos relacionados à saúde, quando a ausência de produtos de origem animal traz benefícios ao organismo; e por último e não menos importante, por motivos relacionados ao meio ambiente, quando a ideia parte de um conceito onde a criação industrial de animais causa impactos negativos ao planeta.
No início de 2018, comecei a me incomodar com o consumo da carne, mas não recordo de nenhuma situação específica que me marcou de tal forma ou que justificasse esse incômodo. Mas, o que realmente passou a não fazer sentido era, por um lado, admirar tanto os animais e, do outro, colocá-los no meu prato como parte das minhas refeições. O questionamento sobre “comer animais” tomou tanta proporção que, muito naturalmente, fui extinguindo aos poucos a carne da minha alimentação.
E a partir de outubro daquele mesmo ano, passei literalmente a não consumir mais a carne bovina, de aves e suína.
Muitas pessoas me perguntam quais foram as maiores dificuldades que tive durante esse processo, mas confesso que não tive nenhuma. Dois fatores foram fundamentais para essa mudança e que eu chamo de: despertar da consciência e informação.
Quando eu mencionei “questionamento”, me referia exatamente a isso. O incômodo veio de uma auto-reflexão sobre “qual é o meu papel dentro desse ciclo do consumo de animais?”, “eu sou responsável pela morte do animal que está aqui no meu prato?”, entre muitos outros. O segundo ponto que me refiro é a quantidade e riqueza de informações que estão disponíveis na internet e em livros e que me ajudaram – e muito – no meu processo de transição.
De modo geral – bem geral mesmo, porque aqui vale outra reflexão que não caberia neste texto – o consumo de animais é naturalizado, mas existe uma explicação para isso e uma delas é a de que culturalmente você foi “criado” para não internalizar esse auto-questionamento.
E porque, apesar de não sermos mais pré-históricos, ainda não evoluímos de tal forma para compreender todos os efeitos negativos – para você, para os animais e para o planeta – dessa conduta que é tão enraizada na sociedade.
Aderir ao vegetarianismo também é uma boa oportunidade para reeducar a alimentação. Por isso, compreendo que seja de suma importância consultar um nutricionista, independente de você aderir ou não ao consumo de carne.
O tema vegetarianismo é muito bem difundido por alguns especialistas, por isso, compartilho algumas obras que também podem te auxiliar no processo de transição, além de um melhor entendimento sobre esse universo que não é paralelo.
Alimentação sem carne
Este livro pertence ao Dr. Eric Slywitch, que mencionei acima, e me permitiu aprofundar bastante no tema. Inclusive, continua sendo meu guia até hoje. O médico faz uma introdução muito bem conduzida sobre a refeição vegetariana, além de trazer, de forma detalhada, todos os nutrientes que são essenciais ao organismo fazendo combinações e substituições da proteína animal pela vegetal. Na minha primeira consulta à nutricionista, levei esse livro e mostrei para a médica. Para a minha surpresa, ela me contou que este é um dos livros de cabeceira dela! O eBook é vendido pela Amazon.
Virei vegetariano e agora?
Esta obra também foi escrita pelo Dr. Eric Slywitch e traz esclarecimentos para quem acabou de entrar no processo de transição. Com uma leveza e até um certo humor, o médico salienta diversas situações comuns de convívio social quando uma pessoa passa a aderir uma dieta vegetariana para que ela possa aprender a lidar melhor com o assunto, além de recomendações sobre livros, sites, filmes e pesquisas científicas para um melhor entendimento e aprofundamento do tema. O eBook é vendido pela Amazon.
Luisa Mell: como os animais salvaram minha vida
Quem me conhece sabe o quanto eu admiro a Luisa Mell. Quando soube da publicação do livro, não perdi tempo e o devorei. Além de contar uma série de situações ao longo da vida da ativista, incluindo algumas que vieram a público como o caso do resgate dos Beagles, o livro também apresenta um guia vegano com dicas muito práticas para uma alimentação vegana e saudável. Para quem é ou será mamãe, vale conferir o relato da Luisa Mell sobre como foi a gravidez vegana. O eBook é vendido pela Amazon.
Saúde nua e crua
Por Márcia Lobo Vidoto, que é autora, palestrante e pós-graduada Nutrição Vegetariana pela Cornell University, em Nova York. Este livro me ajudou com o desenvolvimento do livro-reportagem no meu TCC da faculdade – lá em 2014 – e eu tive a oportunidade de conversar com a autora. Ela mostra, de forma bem descontraída como uma alimentação saudável é possível e mais simples do que imaginamos. Além disso, ela traz um guia prático que combina evidências científicas com experiências de profissionais. O livro digital também está disponível na Amazon.